domingo, 1 de novembro de 2015

Silêncios



Arrasto comigo sacos e sacos de palavras envolvidas da tua pele 
Hoje não te consigo sentir tāo perto mas continuo a olhar-te perdido no reflexo de todas as janelas 
E no fumo de todos os cigarros modelo o teu corpo vezes sem conta em sorrisos desejados 

Não me importa não pisar o palco porque me sei ator 
Não me importa não cegar com as luzes da ribalta 
Não me importa não sentir a roupa encharcada de todas as minhas lágrimas, o meu silêncio é o meu grito 
Não me importa que não tenha fome 
Nem me importa terem guardado a chave do meu quarto 

Não me importa...

Porque eles não sabem que alheado guardo os meus segredos nos meus sorrisos 
Leio-lhes nos silêncios as profecias 
E guardo-te ainda intacta, onde escondo a minha dor, 
Nesta caixa de música onde poderei ser eternamente o teu par...