Há pessoas, episódios, 'coisas', que passam pela nossa vida e nos marcam de alguma forma para sempre... e, neste caso, há pessoas que nos marcam para sempre, nas vivências experienciadas, nos afetos trocados, nas emoções sentidas, transformadas, mais cedo ou mais tarde, apenas em recordações... mesmo das más experiências, temos quase sempre, à distância, tendência para as transformar em boas recordações...
9 de Novembro do ano de... nasce o meu irmão, Júlio Diniz, companheiro durante muitos anos das minhas férias de Verão... o mais 'chegado' dos outros dois irmãos, já que eu não fui 'criada' com nenhum deles... quis, no entanto, o destino que se tenha suicidado com 30 anos, já lá vão quase 24 anos...
9 de Novembro do ano de... nasce o meu sobrinho Jorge, filho da minha cunhada Ema, irmã do pai dos meus filhos...
9 de Novembro do ano de... com noventa e muitos anos, morre a Avó Ana, bisavó dos meus filhos... uma 'velhinha' muito querida, de que nas minhas recordações lembro ainda muito bem o hábito de ler diariamente o jornal e fazer meia, sentada numa pequena cadeira empalhada, na marquise ensolarada da casa da filha Natália, e adorar carapau alimado (à Algarvia), Olhão a sua terra de origem...
9 de Novembro do ano de... a minha filha mais velha (Ana), cruza-se num Bar/Discoteca com o Carlos, foi o início de um namoro bastante prolongado, que culminou no casamento que já ultrapassou os 4 anos...
9 de Novembro do ano de 2013, morre, por ataque cardíaco, a Avó Natália, minha sogra, mãe do pai dos meus filhos, iria fazer 86 anos no dia 25 de Março de 2014...
O convívio nos últimos anos foi demasiado escasso, consequência do que eu apelidaria de 'guerrilhas familiares', às quais os netos, (meus filhos), deveriam ter sido 'poupados' e alheios, mas que, infelizmente, assim não aconteceu. O meu filho Bernardo há demasiado tempo que a não via, razão principal também o facto de ter estado cerca de três anos na Base das Lages... eu, no entanto, tive sempre o cuidado de ir mantendo algum contacto por telefone, e de a ter visitado algumas vezes sózinha outras acompahada das minhas filhas, principalmente da Inês, razão de hoje terem ficado demasiado transtornadas com a notícia...
Mas, como o meu sobrinho Jorge diz na sua página do facebook: Descansa em paz avó....1 grande beijo..... eu também digo, neste dia 9 de Novembro do ano de...:
descansa em paz meu irmão;
descansa em paz Avó Ana;
descansa em paz Avó Natália.
Mas, também digo, neste dia 9 de Novembro do ano de...:
Jorge, que o dia do teu aniversário se perpetue por muitos e muitos anos, e que a recordação deste dia seja apenas um prestar de homenagem e a lembrança desse descansar em paz.... sê feliz!
Ana, que sintas orgulho no facto do tempo que passaste com a avó desde pequenina e de teres privado com ela ainda à relativamente pouco tempo, e acredita nas palavras do teu primo, é finalmente um descansar em paz...
Inês, o tempo cura todas as dores, restará na tua memória os momentos que ainda conseguiste conviver com a avó e as 'recordações' que eu sei vais manter contigo sempre...
Bernardo, provavelmente para ti o dia de hoje será 'confuso' de gerir, por um lado tens a memória de uma fotografia, muito recente, em que a avó estava bastante desfigurada, e a que tu eras alheio, (por isso te pedi desculpa), por outro já eram muitos os anos que estiveste afastado dela.... e como tens sempre essa tendência de 'por o ar' de que nada te afeta... o que não é verdade, deixo-te um grande xi-coração, acredita que, há coisas que acontecem porque assim 'têem' que acontecer...
No que a mim diz respeito, digo:
mãe* foste uma excelente mãe, uma excelente sogra e uma excelente avó, no entanto, mercê dessa tua personalidade, diria difícil, muitas foram as vezes em que não conseguiste tirar mais proveito da vida, acabaste por nunca conseguir desfrutar da companhia de 'todos' ao mesmo tempo, ou nunca o quiseste ou nunca foste capaz... acredito, no entanto, que à tua maneira, sempre nos amaste, sempre e 'todos', também à sua maneira, te amaram a ti, sempre... a partir de agora acabaram-se todas as tuas dores físicas e emocionais, por isso sei que encontraste a paz...
* (sempre a tratei assim, mesmo depois do divórcio)
porque sei que eras devota...