Hoje é o meu dia.... e o dia de tantas outras mães, que como eu, amam incondicionalmente os seus filhos....
Mas também é o dia daquelas outras mães (tantas).... que por quaisquer motivos que desconhecemos (?), não somos capazes de perceber (?), de entender (?), de aceitar... maltratam... rejeitam... abandonam... os seus filhos.
É para essas mães (e para esses filhos) que vai o meu abraço... para elas e para eles.... com desejo de força, de coragem, de perseverança... e o meu apelo a que não cruzem os braços, que lutem... que lutem para conseguir ultrapassar quaisquer obstáculos que as/os impeça de viver a oportunidade (única) de sentir esse amor (único) entre mãe e filho.... entre filho e mãe...
"Deixo" este poema de José Régio... um poema que "decorei" nos tempos de liceu e de que gosto especialmente... "Em cima da minha mesa, Tenho o teu retrato, Mãe!"
"Colegial"
Em cima da minha mesa,
Da minha mesa de estudo,
Mesa da minha tristeza
Em que, de noite e de dia,
Rasgo as folhas, leio tudo
Destes livros em que estudo,
E me estudo
(Eu já me estudo…)
E me estudo,
A mim,
Também,
Em cima da minha mesa,
Tenho o teu retrato, Mãe!
À cabeceira do leito,
Dentro dum lindo caixilho,
Tenho uma Nossa Senhora
Que venero a toda a hora…
Ai minha Nossa Senhora
Que se parece contigo,
E que tem, ao peito,
Um filho
(O que ainda é mais estranho)
Que se parece comigo,
Num retratinho,
Que tenho,
De menino pequenino…!
No fundo da minha mala,
Mesmo lá no fundo, a um canto,
Não lhes vá tocar alguém,
(quem as lesse, o que entendia?
Só riria
Do que nos comove a nós…)
Já tenho três maços, Mãe,
Das cartas que tu me escreves
Desde que saí de casa…
Três maços – e nada leves! –
Atados com um retrós…
Se não fora eu ter-te assim,
A toda a hora,
Sempre à beirinha de mim,
(Sei agora
Que isto de a gente ser grande
Não é como se nos pinta…)
Mãe!, já teria morrido,
Ou já teria fugido,
Ou já teria bebido
Algum tinteiro de tinta!
É de facto necessário e urgente, já que não é Dia de Mãe todos os dias, pelo menos providenciar meios para que, neste caso mães e filhos desavindos se uneam e esqueçam raivas e ódios.
ResponderEliminarUm bom trabalho, Ana. Parabéns.
Bjs
maravilhoso este poema e que bom que era que pais e filhos sempre se endendessem e amassem, bjitos.
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